Viveu uns anos na Ericeira mas numa ida a Londres conheceu o pintor Jean Dubuffet e com ele as ruturas. Seguem-se uma série de obras de rompimento, que ainda hoje são consideradas, por alguma crítica mais conservadora, o seu período de ouro. Recorrem a colagens e ao uso de materiais diversos.
Ao longo da década de 60 dividiu o seu tempo entre Portugal e Londres. Assinou exposições coletivas em Inglaterra e entusiasmou a crítica ao expôr individualmente na Galeria de Arte Moderna da Escola de Belas-Artes de Lisboa.
A casa de família na Ericeira figurou em muita da sua produção artística, como diversas memórias e traços de um imaginário evocativo de uma certa "cultura portuguesa", associada à sua infância. Muitas das suas obras contam também com referências explícitas ou implícitas ao seu marido. Especialmente alguns trabalhos dos anos 80, durante a fase terminal da esclerose múltipla que acabou por vitimá-lo.
Em 1994, realiza a série de pinturas a pastel intitulada Mulher Cão, que marca o início de um novo ciclo de mulheres simbólicas. Impõe a sua consciência cívica em Aborto numa crítica ao resultado do primeiro referendo realizado em Portugal em 1997.
Inaugura a 18 de Setembro de 2009, a Casa das Histórias Paula Rego, com o intuito de acolher e promover a divulgação e estudo da sua obra.
O seu trabalho foi reconhecido bastante cedo mas foi sobretudo aos 50 anos de idade que se tornou um nome incontornável, não só no panorama artístico português ou inglês, mas também no plano internacional. Paula Rego, com uma criação artística usualmente definida como Arte bruta, foi inúmeras vezes convidada a produzir obras para galerias e exposições específicas, tornando-se a primeira Artista Associada da National Gallery, em Londres. Com um imaginário prodigioso, explora técnicas e linguagens diversas, apresentando uma coerência surpreendente. Conta com inúmeras exposições individuais e retrospetivas em museus e galerias de renome, e com inúmeros prémios e distinções como o Prémio Celpa/Vieira da Silva de Consagração e o Grande Prémio Soquil. Em Junho de 2010 recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau Dama Oficial, pela sua contribuição para as artes. Em 2011 recebeu o Doutoramento Honoris Causa da Universidade de Lisboa.
Atualmente, trabalha e reside em Londres, sendo representada pela Marlborough Fine Arts.
Paula Rego é a pintora portuguesa mais aclamada a nível internacional, considerada um dos quatro maiores pintores vivos em Inglaterra.
Diz que "Pintar é (um ato) prático mas também mágico. Estar no meu estúdio é como estar dentro do meu próprio teatro”.
www.casadashistoriaspaularego.com
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