24/01/2012

galeria entrevista José Cabral

Terça-feira é dia de entrevista na galeria portuguesa.
Saiba um pouco mais sobre o José Cabral.


O José tem 31 anos e é de Lisboa.
Estudou Sociologia, foi comissário de bordo e até há pouco tempo trabalhava na banca. Por sentir que precisava de ter um projeto pessoal e criativo que lhe proporcionasse uma experiência diferente daquela que tinha profissionalmente, criou há 3 anos O Alfaiate Lisboeta. A inspiração veio dos blogues de street style em geral, como este. Mas O Alfaiate Lisboeta tem algo diferente, não se resume apenas a moda. "Acaba por ser um blogue de crónicas. Por uma razão muito simples, eu não percebo nada de moda. A experiência que eu tenho na moda é muito empírica, muito simples, é aquilo que vejo… a minha sensibilidade pessoal".
Atualmente colabora com a Vogue e com a Metro International e assina na Revista do Expresso uma página sobre tendências. Quer dedicar-se exclusivamente ao blogue e a projetos relacionados com este tema. Para além disso, gosta de praticar desporto, sair com os amigos e viajar.
O José foi o Vencedor do Fashion Award na categoria de Melhor Comunicação Digital na Fashion TV. Parabéns!
Vale a pena ler este post: Três anos de uma cena tosca.

oalfaiatelisboeta.blogspot.com
É licenciado em Sociologia mas nunca exerceu. Porquê?
R: Nunca cheguei a tentar. Em todo o caso tive sempre a sensação que, mesmo que o tivesse feito, não teria tido muito sucesso.

Atirou com a banca para trás das costas. Foi uma decisão difícil?
R: Não tanto por ter deixado a banca em particular mas por ter abdicado dum trabalho que, muito objetivamente, me dava bastante segurança.

Como é que aborda as pessoas na rua? Fica a observá-las durante muito tempo e depois é que avança?
R: Não tenho nenhum método específico. Abordo-as quando as vejo. Desconfio que se ficasse muito tempo a contemplá-las me arriscaria a perdê-las (risos)

E, normalmente, é bem recebido?
R: Sim.

Em que momento é que percebeu que o blogue que tinha criado quase como hobby se estava a tornar num fenómeno da blogosfera?
R: O blogue tem apenas três anos. Acredito que seja até um espaço de tempo curto para o que tem acontecido mas para mim, que vivi tudo isto de forma muito pessoal e algo intensa, parece-me já um longo percurso. Ao longo deste itinerário houve vários momentos em que senti que foram dados passos importantes no reconhecimento do meu trabalho ou que estava a concretizar achievements com um significado especial para mim.

Ficou contente com o prémio que recebeu?
R: Fiquei muito contente.

Continua a achar que não percebe nada de moda?
R: Continuo a achar que não percebo muitos conteúdos sobre moda.


 Anda sempre com a máquina fotográfica?
R: Não. O blogue existe porque, de alguma forma me realiza e faz feliz. Acho que se fosse escravo d´ O Alfaiate Lisboeta (ou neste caso, da máquina) já teria perdido a alegria que tenho em continuar a partilhá-lo com os outros.

Organiza os seus dias ou trabalha por instinto?
R: Trabalhei quatro anos num banco onde, como imaginará, os horários são um ponto importante. Agora estou a viver o preciso contrário. Não tenho horários para nada. Por enquanto está-me a dar muito gozo.

Tem projetos para um futuro próximo?
R: Tenho alguns.

Para além de escrever e fotografar, o que mais gosta de fazer?
R: A sua pergunta desperta-me um receio antigo - não saber o que quero fazer. Tenho umas ideias mas a verdade é que o próprio O Alfaiate Lisboeta tirou algum peso sobre mim porque as coisas se têm sucedido de uma forma muito natural e este tem sido um projeto onde, no fundo, me fui descobrindo. Isto pode soar tremendamente esotérico mas é muito concreto. Comecei a fazer coisas nas quais já tinha pensado um dia mas para as quais não achei nunca que me fosse dada a oportunidade para fazer.

fotos daqui, daqui e daqui
E, no dia-a-dia, o que menos gosta de fazer?
R: Como dizia há pouco a minha vida sofreu uma mudança grande recentemente. Ainda me ando a felicitar por não ter mais de fazer um conjunto de coisas que a minha ocupação profissional me obrigava fazer.

Sugira alguém português que, para si, seja inspirador.
R: O Fernando Alves. Um dos fundadores da TSF e autor das mais belas crónicas de Rádio (a ouvir aqui). Lembro-me de ouvi-lo a caminho do banco e de me sentir inspirado, diariamente, pelos seus conteúdos e pela estética sonora brilhante que pauta o seu trabalho.

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