13/03/2012

galeria entrevista Diana Coelho

Terça-feira é dia de entrevista na galeria portuguesa.
Saiba um pouco mais sobre a Diana Coelho.


A Diana nasceu em Lisboa e é em Lisboa que vive e trabalha.
Sempre teve interesse em moda e acessórios, talvez por influência da mãe que tem formação nesta área. Começou a querer saber tudo sobre o processo de criação e fabrico de uma jóia, o que a levou a abandonar o curso de arquitetura no segundo ano da faculdade. Decidiu ir para Londres para tirar um Master em Joalharia na London Metropolitan University e voltou com vontade de seguir o seu sonho, criar peças da sua autoria. Montou um atelier em casa enquanto estagiava com o joalheiro Valentim Quaresma.
Para divulgar o seu trabalho criou um blogue pessoal e mais tarde o Dear Jewellery Lovers, onde divulga tendências, designers e eventos relacionados com joalharia contemporânea.
A inspiração vem de todo o lado. Faz peças coloridas e procura sempre surpreender, sobretudo pela utilização inesperada de alguns materiais como cerâmica, tecidos, camurça ou cetim. Gosta de experimentar e de fazer conjugações originais e irreverentes para que as suas jóias sejam um elemento de comunicação.
A Diana também colabora com outros designers e marcas de joalharia como freelancer.

"A minha marca é a minha identidade Sou eu, é a minha personalidade. As minhas jóias/acessórios são sempre sobre quem sou e sobre aquilo de que gosto".

dianacoelhojoias.blogspot.com
dearjewellerylovers.blogspot.com
facebook.Diana-Coelho
facebook.Dear-Jewellery-Lovers


Sempre teve interesse em moda e acessórios. Como é que foi parar a um curso de arquitetura?
R: A moda e acessórios sempre estiveram presentes na minha vida, tal como o fascínio que sempre tive por arquitetura. Na fase de escolha de um curso foi arquitetura que quis seguir. Percebi, no entanto, no decorrer do curso na Faculdade de Arquitetura de Lisboa, que era a joalharia que me preenchia em termos profissionais e pessoais de uma forma mais completa. Continuo hoje em dia a ser fascinada por arquitetura, mas apenas como admiradora.

Depois decidiu ir para Londres. Foi difícil esta mudança de rumo e de país?
R: A mudança para Londres foi sem dúvida uma importante fase da minha vida de crescimento e aprendizagem. Essa mudança só foi possível com o apoio total do meu pai que sempre me incentivou a seguir os meus sonhos e em ser empreendedora. Os primeiros tempos foram de adaptação e as saudades da família e amigos, por vezes, difíceis de gerir, mas no final o balanço dos três anos em Londres, foi muito positivo.

Como foi a experiência de estagiar com o joalheiro Valentim Quaresma?
R: Estagiar com o joalheiro Valentim Quaresma foi uma experiência muito enriquecedora. Primeiro porque sempre admirei o seu trabalho e segundo porque o seu trabalho em parceria com a estilista Ana Salazar veio consolidar o meu interesse em querer no futuro ter peças da minha autoria em parceria com estilistas e marcas de moda e acessórios.

Quais são as principais dificuldades que um designer de jóias, que está a começar, enfrenta em Portugal?
R: As principais dificuldades, na minha opinião, são de em Portugal ainda existir pouco conhecimento sobre a joalharia contemporânea ou joalharia de autor. Ainda é um setor que vive de nichos de mercado, não tanto pelos preços atualmente praticados, mas pela maneira como comunica com o público em geral. Temos um mercado relativamente pequeno,e penso que qualquer designer de jóias em inicio de carreira teria a ganhar se existissem mais colectivos de designers com projetos direcionados para um mercado mais abrangente. Penso também que a relação entre o mundo académico e as empresas poderia ser mais dinâmica, mas estamos cada vez mais no bom caminho.

Foi através do seu blogue que foi dando a conhecer o seu trabalho. Por outro lado, a internet também pode servir de inspiração para outros. Já se sentiu plagiada?
R: A internet tem sem dúvida essas duas facetas. Tanto pode ser o melhor meio de divulgação, como, para quem viva de copiar o trabalho de outros, consegui-lo sem ser responsabilizado por esse crime. Até agora nunca vi um plágio flagrante do meu trabalho mas tento também não expor a totalidade dos projectos em que participo até ter a certeza de que serão associados à minha autoria. Nó entanto, o risco existe sempre, infelizmente!


A Diana começou há pouco tempo mas em Portugal já conseguiu implementar a sua marca. E lá fora?
R: Implementar a minha a marca em Portugal tem sido um projecto muito aliciante e que me motiva a querer implementar também a minha marca lá fora. Hoje em dia temos que pensar as marcas num mundo global. Vendo as minhas peças pela internet para qualquer parte do mundo, mas um dos meus objetivos para o futuro é que a minha marca esteja presente em feiras do setor a nível internacional e/ou à venda em lojas/boutiques em diferentes partes do mundo. Tal requer um consolidar da marca e sei que tem que ser um processo gradual até me aventurar mais lá fora!

A cor é uma característica do seu trabalho. É uma pessoa colorida?
R: A cor é sem dúvida um elemento muito forte do meu trabalho. Ser uma pessoa colorida é algo que está presente na minha personalidade e modo de estar na vida.

Tem em mente um projeto de ir para a rua fotografar as jóias que as pessoas usam. É muito crítica em relação aos acessórios que vê nos outros?
R: Sim é um projeto que quero iniciar brevemente. Mais do que crítica sou muito curiosa em relação a tudo o que me rodeia. Em relação aos acessórios que vejo nos outros, o meu interesse para além de ser algo que me disperte a atenção é o conhecer a história e signifcado que um determinado acessório/jóias tem para quem usa.
Usa peças de outros autores?
R: Uso sim peças de outros autores. Considero importante usar as peças de minha autoria, mas também gosto de usar peças com as quais me identifico de outros designers/marcas. Respeito imenso o trabalho de outros autores e gostaria mesmo ter um dia uma coleção de jóias, se o orçamento assim o proporcionar!! ;)

Que outros projetos tem para o futuro?
R: Para o futuro um dos projetos que mais gostaria de implementar seria a abertura de uma loja/galeria de jóias com peças de designers que não existam à venda em Portugal. Mas para o futuro imediato vou continuar a focar-me no crescimento da minha marca e nos projetos freelancers.

Organiza os seus dias ou trabalha por instinto?
R: Tem fases. Existem fases que sou organizada e metódica, mas na generalidade faço as coisas muito por instinto.

Para além de se dedicar à joalharia, o que mais gosta de fazer?
R: Para além de me dedicar à joalharia o que mais gosto de fazer é ir a concertos, ao cinema, exposições e viajar.

E, no dia-a-dia, o que menos gosta de fazer?
R: No dia-a-dia o que menos gosto de fazer é ter que conseguir organizar tudo o que quero fazer em 24 horas. O tempo passa demasiado rápido!

Sugira alguém português que, para si, seja inspirador.
R: A artista Joana Vasconcelos.

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