06/03/2012

galeria entrevista Rita Rodrigues

Terça-feira é dia de entrevista na galeria portuguesa.
Saiba um pouco mais sobre a Rita Rodrigues.


A Rita é Designer Gráfica há 10 anos. Fez a licenciatura em Design no IADE, ainda passou pela FLAG, Lisbon School of Design e pela ESBAL, como complemento. Trabalhou em várias agências de Publicidade e em Março de 2011 decidiu abrir a Made in Paper que é uma papelaria online, com alguns artigos feitos pela Rita e outros que compra/ encontra em vários sítios do Mundo.
Sempre gostou de papel e de tudo o que é feito de papel. Mesmo com a chegada das máquinas digitais, "iphones" e outros gadgets, manteve as agendas, blocos de notas e álbuns de fotografias. Esta loja é isso mesmo. Vende todos aqueles produtos, made in paper, escolhidos a dedo, sem os quais não se consegue viver, mesmo na era digital.
Procura, por um lado cada vez mais fornecedores portugueses, mas por outro trazer para a Europa alguns artigos que só se encontram em lugares mais distantes. A principal motivação é disponibilizar, a preços convidativos, produtos que aliam qualidade, design e muita originalidade.
Na Made in Paper, a Rita escolhe os produtos, compra aos fornecedores, levanta as encomendas, tira as fotos para colocar os artigos à venda no site, organiza as encomendas dos clientes, vai aos correios colocá-las, fatura, dá contas ao contabilista e ainda arranja algum tempo para promover a sua loja virtual.
Admite que já teve uma vida muito mais stressante antes disto, mas também mais insatisfeita. Agora, a Made in Paper é a sua cara, e a Rita a cara da empresa.

madeinpaper.com
facebook


A Rita trabalhou 7 anos na McCann Erickson… não sente falta da loucura de uma multinacional?
R: A ‘loucura’ de uma multinacional é por vezes levada ao extremo sem que tal se justifique e trabalhar lá foi sem dúvida a melhor escola que tive, tanto a nível pessoal como profissional;  mas cada coisa na vida tem o seu tempo, e eu senti que esta era a altura de mudar e experimentar outros desafios. Sinto falta da companhia dos colegas porque neste momento tenho um trabalho mais solitário, mas basta um clique no skype e estou a falar para o outro lado do mundo, quer seja com fornecedores, clientes ou amigos. Por outro lado sou independente, e a única responsável pelo meu trabalho.

O que a levou a apostar num projeto próprio, como este?
R: Querer novos desafios, em busca de algo que me dê muito gozo fazer no dia-a-dia. Adorei trabalhar nas agências por onde passei, mas rapidamente senti a necessidade de criar algo de raiz.
A escolha Made In Paper acabou por ser muito natural. Por um lado foi o encontro de duas das minha paixões, o design e os artigos de papelaria, numa era da digitalização. Por outro lado, acredito que é necessário trazer para Portugal e para a Europa alguns produtos, desta área, que não estavam a  ser comercializados cá e ao mesmo tempo aumentar a visibilidade do design de qualidade português para fora da Europa. O facto de ser uma plataforma online, permite tudo isso, no mesmo dia recebo uma encomenda de Trás os Montes e outra do México. Todos à procura do mesmo, chegar a produtos que não se encontram à venda em todo o lado.



E como tem corrido esta aventura?
R: Muito bem. O feedback das pessoas é muito positivo e essa é definitivamente a melhor recompensa. Há uma grande interação com os clientes da Made In Paper e é sempre com algum orgulho que recebo mails ou fotografias de pessoas a utilizarem os nossos produtos nos sítios mais variados e pelo mundo fora. E o engraçado é que acaba por ser também com estas interações e feedback dos próprios clientes que a Made In Paper vai evoluindo. Outro ponto de honra para mim, como quero estar próxima dos meus clientes, personalizo todas as encomendas, e nunca faço 2 iguais.
Além disso tenho as normais referências em sites e blogues um pouco por todo o mundo o que ajuda muito a aumentar a visibilidade do site. 

O Facebook é o seu grande aliado na divulgação dos produtos?
R: O Facebook é um dos grandes aliados mas não só. Outros sites como o Pinterest ajudam a diversificar e servem também de inspiração. Hoje em dia, a escolha não se limita ao Facebook dada a grande variedade de plataformas, muitas delas especializadas e não generalistas como o Facebook. O lado positivo é que há cada vez mais possibilidades para comunicar e interagir e por outro lado, este trabalho de marketing e publicidade online é quase por si só um emprego a tempo inteiro. Mas vale muito a pena, há 10 anos atrás seria impossível ter este tipo de contacto com clientes de todo o mundo. No fundo, diria que o meu aliado é sem dúvida a internet.



Não a assusta pensar que cada vez menos se usa o papel?
R: Não me assusta porque, sendo uma fã incondicional de todas as tecnologias, sei que há coisas que nunca se vão deixar de usar. Trabalho diariamente com um Iphone, um IPad, um IMac, um bloco de notas e uma caneta BIC, e para mim isso diz tudo. O papel na vida das pessoas continua a despertar uma ligação emotiva, por exemplo, deixar um recado carinhoso num post-it não é o mesmo que mandar um email.

Os portugueses já aderiram completamente às compras online?
R: Não, e eu tento encaminhar cada vez mais os meus clientes nesse sentido. As encomendas que tenho do estrangeiro são todas online, recebo o pagamento e envio pelos CTT, raramente os clientes têm dúvidas e raramente há uma conversa direta entre nós. Em Portugal é diferente, as pessoas ainda consideram mais seguro pagar por transferência bancária e têm a necessidade de contactar diretamente com o vendedor. Mas estamos no bom caminho.

Quais são os produtos mais procurados?
R: Os produtos mais procurados são sem dúvida os mais originais. Ninguém compra um bloco de notas na internet, se ele não tiver nada de diferente. É também por esse motivo que não vendo produtos que se encontram facilmente numa papelaria de bairro ou nas grandes lojas de centro comercial.
O nosso best seller é um simples bloco de notas em forma de maçã e apesar de estar constantemente a renovar o stock, esgota muito facilmente.



A Rita faz tudo. Tem dias em que tem vontade de fazer "nada"?
R: Não. Felizmente nunca gostei de estar parada e por isso estou muito satisfeita com o que faço, mesmo trabalhando o mesmo ou mais horas que antes.

Imagina a Made in Paper num espaço físico ou só faz sentido virtualmente?
R: Por enquanto, só faz sentido virtualmente.  Em Portugal, o comércio tradicional está a desaparecer de dia para dia, e esta não é uma loja/atelier que faça sentido num Centro Comercial. Talvez um dia, até lá digo sempre às pessoas que preferem falar comigo ou ver os artigos pessoalmente, que me podem visitar no meu atelier.

Organiza os seus dias ou trabalha por instinto?
R: Organizo-me no que diz respeito ao horário, mas também trabalho muito por instinto, e essa é parte mais gira. Sou capaz de estar vários dias na internet a tentar encontrar o fornecedor melhor e mais barato para um determinado artigo, mas também passo vários dias sem fazer pesquisa porque tenho que dar seguimento a muitas encomendas.




Tem projetos para um futuro próximo?
R: Sim, há muita coisa que ainda quero fazer com a Made in Paper, não só expandir a oferta de produtos como desenvolver outras ideias, workshops, atividades com crianças... Tanta coisa, haja tempo.

Para além de se dedicar à Made in Paper, o que mais gosta de fazer?
R: É um clássico,  mas ser mãe, com tempo e disponibilidade, é o que mais me preenche neste momento. Além disso adoro viajar, mas as duas coisas neste momento não são compatíveis ; )

E, no dia-a-dia, o que menos gosta de fazer?
R: Confesso que toda a parte burocrática e de faturação que envolve uma empresa, … mas é por isso que arranjei o melhor dos contabilistas, o meu pai.

Sugira alguém português que, para si, seja inspirador.
R: Na minha blog list diária há toda uma série de pessoas, desde cozinheiros, artesãos, músicos e até um palhaço! Muitos deles portugueses e todos eles são fonte de inspiração.
Sigo desde sempre a Rosa Pomar, e admiro-a pela forma correta e profissional com que faz o seu trabalho na Retrosaria, que começou por ser só um blogue de bonecos feitos à mão… Hoje em dias há muitos blogues deste género, mas muito poucos com o mesmo profissionalismo e autenticidade. A minha outra grande inspiração pela paixão com que fazia o seu trabalho, é um grande professor e amigo com quem tive a sorte de conviver, o fotógrafo Roberto Barbosa.


1 comentário:

  1. Que bom, andava à procura das fita colas japonesas são lindas, obrigada pela dica.

    Www.levedar.com

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