Nasceu em Lisboa em 1941. Estilista, considerada a pioneira da moda em Portugal.
Começou a ler antes de chegar à escola, em casa e ainda adolescente já andava com a Elle francesa dentro do saco. Depois, mais tarde, Sartre e o existencialismo foram também motivo das suas leituras. Teve aulas de piano, fez patinagem, e gostava de fazer vestidos para si própria com a ajuda da avó, que tinha sido modista de alta costura, e com quem ia passear até à Baixa.
Sempre soube que o seu futuro iria estar ligado aos "trapos". Em 1972 abriu a sua primeira loja em Lisboa, a Maçã, onde vendia peças de roupa que escolhia em Londres. Passado algum tempo desenvolveu uma marca chamada Harlow, para exportação e também para comercialização na Maçã. A coleção da Harlow foi mostrada na FIL, num stand inspirado no cinema, uma coisa muito à frente do que se fazia na altura. A partir daqui revolucionou a forma de apresentar roupa em Portugal, através de acontecimentos de moda, como desfiles destinados a grandes audiências, exposições e outros eventos. Com cenários, com histórias.
Depois começou a criar coleções com o nome Ana Salazar e a vendê-las nas suas próprias lojas e em outros estabelecimentos, em Portugal e no estrangeiro. O seu nome foi durante muito tempo sinónimo de moda portuguesa. Abriu uma loja em Paris, que foi considerada pela revista francesa Marie Claire como um dos novos templos da moda. No ano 2000, apresentou a sua primeira coleção destinada a homens.
Ana Salazar abriu portas a muitos estilistas portugueses e foi também a primeira pessoa em Portugal a conceber linhas ou produtos de autor, paralelamente à criação de pronto a vestir.
Desenhou fardas para a TAP (air atlantis), para a CP e uniformes para o pavilhão português da Exposição Universal de Sevilha, lançou perfumes, roupa de casa, óculos e fez figurinos para várias peças de teatro. Também fez uma coleção de azulejos e uma coleção de cristais para a Atlantis e levou uma escultura de sua autoria à exposição Variations Gitanes no Museu do Louvre.
Do seu currículo fazem parte vários prémios de carreira, e foi distinguida com a Grande Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Há poucos dias, Ana Salazar anunciou que deixa a empresa que criou há 30 anos com o seu nome e que entretanto vendeu na totalidade, passando a desempenhar exclusivamente funções de diretora criativa.
"É com profunda tristeza que anuncio que a partir de hoje cesso qualquer colaboração com a empresa Ana Salazar, Lda, que criei há muitos anos (...) Pela primeira vez desde a sua criação, não irei participar na próxima edição da Moda Lisboa, nem de qualquer outro evento, pois não foi produzida a coleção Outono Inverno 2012 / 13. Mas eu não vou desistir. A Justiça restaurará o meu nome e a minha liberdade de criar. Muito em breve estarei de volta".
Esperemos que sim.
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